quinta-feira, 14 de abril de 2011

Muita calma nessa hora




Todos sabem da má fama que possuo como motorista, injustificadamente, claro!

Mas enfim, hoje não é dia de discutir a minha capacidade como motorista x a capacidade que as pessoas tem de agregar má-fama a alguém.

Se o meu carro falasse, ele teria muitas histórias para contar: festas com as amigas, conversando sozinha em espanhol, todos os gritos para aqueles que dirigem mal (os que realmente dirigem mal, diga-se de passagem!), e até as paqueras enquanto o semáforo está vermelho.

Você com certeza deve estar pensando: "Paquera no sinal de trânsito? Para o mundo que eu quero descer, moço!"

Como canta o Leoni,
"Você vai rir de tudo isso, espera um pouco mais pro fim da história
Tudo passa, tudo muda, muita calma nessa hora".

Saindo do trabalho para uma sessão de beleza que comprei no Groupon (afinal, qual mulher não gosta destas ofertinhas?!), logo parei no primeiro sinal vermelho ao tentar entrar em uma longa avenida belorizontina. De repente, ouço alguém me perguntando:

"Ei, você dirige direitinho?"

Ahn???! Como assim? É claro que dirijo muito bem, obrigada! E eu juro que a velha história do seguro de vida corporativo é apenas uma história.

Sinal abriu. Na fama de pé-quente sou ré confessa. Acelero o carro, piso fundo... Aff, outro sinal vermelho. O mesmo carro prata para ao meu lado.

"E não é que você dirige direitinho mesmo! Ei! O que você vai fazer na quarta-feira à noite?"

Gente, alowwww! Estou sendo paquerada no sinal! No mínimo divertido!

"Nada, vou trabalhar. Trabalho a noite toda. Eu sou muito eficiente!"

"Mas você trabalha a noite inteira?"

"É, e você, o que você faz?"

"Sou advogado."

"Nossa, que ótimo! Acredita que eu também sou advogada? Então COM CERTEZA sabe que eu trabalho a noite toda. Né?"

O sinal abriu. Ufa! Não passou de um alarme falso. Apenas uma conversinha amiga pra passar o tempo, levantar a auto-estima, quebrar a rotina.

"Sério, janta comigo na quarta?"

Meu Deus! Tá bom, definitivamente estou sendo paquerada. E pro mocinho conseguir parar ao meu lado, em um outro sinal vermelho, milhares de carros, final de expediente, de duas uma: ou está interessado ou realmente gostou da brincadeira - ainda voto na 2a opção.

"Não vai dar mesmo, sabe como é né, advogado, muito trabalho, mas quem sabe eu não pense com carinho até o próximo sinal?"

Cupom do Groupon na mão, preparada pra deixar meu cabelo mara (afinal, eu mereço!), musiquinha e tranquilidade, apesar do trânsito. Aliás, já contei sobre a minha teoria de que todo motorista de Corola dirige mal? Não sei porque entrei neste assunto, mas isso pode ficar pra um outro post.

"Já sei que você vai negar. Me dá pelo menos o número do seu telefone?"

Nota 10 pela persistência e bom humor! Fala sério, o que mais me divertiria dirigindo no centro da cidade?

"Anota aí, mocinho, quem sabe a gente não se encontra por aí em algum outro sinal?"

É, obrigado, Leoni. A vida é mesmo cheia de surpresas. Basta se abrir,
"começar a dar uma olhada ao seu redor, no mar, no pôr-do-sol,
um gesto de bondade
Porque é que a gente fica cego pra tanta beleza?"

O importante é levantar a cabeça, seguir em frente, rir, brincar, se divertir, ser totalmente Gandhi, a heroína de sua própria jornada. Afinal, "Deus nunca fecha uma porta na sua cara sem antes abrir uma janela".

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Síndrome de Amélie Poulain

Eu sempre pensei que o "inferno astral" era aquele mês muito esquisito (que antecede a data do seu aniversário), em que tudo dá errado e você ainda se sente a pior pessoa do mundo.

Quando as coisas começaram a dar errado de uma maneira um tanto quanto intermitente, reconsiderei o conceito acima, aceitando que talvez o "inferno astral" tivesse migrado para outro mês.

Nem um e, tampouco o outro.

Partindo da premissa de que "tudo muda o tempo todo no mundo", e olha que o meu mundo muda de cor-de-rosa pra preto e branco com grande frequência, me convenci da realidade: Eu tenho a "Síndrome de Amélie Poulain".

Calma, pode ficar tranquilo que eu não estou tendo nenhum surto psicótico. Vou comprovar com estatísticas cientificamente obtidas da minha vida!

Conceito: A "Síndrome de Amélie Poulain" ataca as pessoas sensíveis, de bom coração, que acreditam no amor, no mundo cor-de rosa e que as pessoas podem crescer e nos surpreender das melhores maneiras. Ao contrário de buscarem solução para os seus próprios problemas, se concentram em ajudar a solucionar problemas alheios, levantar o mocinho sem auto-estima, consertar os probleminhas daquele outro, ensinar como tratar bem/conquistar uma mulher/amar para um outro mais, e tudo isso, obviamente, sem usufruir de qualquer benefício (talvez alguns, confesso, ainda que temporários).

Então é assim que funciona: o meu coração ingênuo se apaixona por alguém que precisa ser consertado. Mas não de um conserto mecânico, como fazem os engenheiros; ou comportamentais, como atuam os psicólogos; um dente podrinho para as minhas amigas dentistas; problemas imateriais, para os advogados; ou até mesmo indicar um remedinho com a desculpa da tal virose, como fazem os nossos amigos médicos.

Eles querem consertos dos mais variados:

  • Quem ama cuida, não vira mãe;
  • Gentileza faz toda a diferença;
  • As mulheres se sentem felizes com as coisas mais simples, como aquele chocolate escondido no porta-luvas do carro;
  • Nada de dar atenção exclusiva ao védeo-game se ela abriu mãe de tudo apenas para te dar atenção exclusiva;
  • Gostamos de homens de palavras. Cumpram os seus compromissos ou pelo menos avise com um mínimo de antecedência;
E por aí vai...

Tudo bem, aposto que muitos só continuaram lendo este post para saber que história é essa de dados científicos. Eu explico o que ocorreu depois de terminados alguns relacionamentos, ou melhor, enumero:

  1. Minha primeira paixãozinha > Noivo
  2. Meu primeiro amor platônico > Casado
  3. Meu primeiro grande amor > Noivo
  4. Uma paixão de tirar o fôlego > Noivo
  5. Me apaixonei outra vez? > Casado
  6. Talvez o gradissíssimo amor > Tá, esse aí eu admito que talvez não tenha conserto.
Acho que já deu para entender como as coisas funcionam.
Premissa menor: eu não tenho ossos de vidro, quero ser feliz, e mais que isso, que alguém me faça feliz.

Uma pena que a "Síndrome de Amélie Poulain" não permita conserto para o meu próprio coração.

Procura-se. Gratifica-se.

Estranhamente encontrei esta postagem nos rascunhos do meu blog, mas que, definitivamente, não fui eu quem escrevi.


Será que o autor poderia, por favor, se identificar????

"Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube.
Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar.
Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito.
Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo,e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei.
São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas.
Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha.E tenho.
Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim." (26/09/2010)